Wednesday, April 13, 2005

 

Que tal um beijo?

Senhoras (principalmente) e senhores, preparem-se. Hoje é o dia do beijo. Bitocas, de língua, molhados, demorados, curtos, por telefone, na mão, todos são muito benvindos na presente data. Charles Darwin, aquele da teoria da evolução, acreditava que o beijo era a evolução das mordidas que os macacos davam nas suas parceiras, também macacas, nos ritos pré-sexuais. O que significa que nós regredimos já que beijamos antes para depois começarmos a morder durante o... Bom, deixa pra lá. O que eu sei é que se o inventor do beijo tivesse patenteado o seu invento, Bill Gates ia perder feio no que diz respeito a fortuna acumulada.
Na Suméria (região da antiga Mesopotâmia, hoje Ásia), as pessoas costumavam enviar beijos para os céus, endereçados aos deuses. Como os deuses nunca retribuíam os beijos, começaram a dar preferência em beijar a pessoa do lado, salve alguns casos de mau hálito confesso. Beijo na boca, entre cidadãos da mesma classe social, era uma saudação praticada pelos persas. Até que um dia, perceberam que a coisa começou a pegar mal e largaram o hábito, pois os outros povos olhavam meio torto para eles. O beijo na boca foi também uma espécie de contrato entre o senhor feudal e o seu vassalo. Era algo como "dou minha palavra". Também saiu de moda quando os senhores feudais passaram a exigir que as esposas dos vassalos também dessem a sua palavra. Somente no século 17 que os homens deram fim ao beijo na boca, o substituíram, então, pelo abraço cerimonial (ufa!). E nada de abraço muito demorado, hein!
No século 19, o surgimento do Romantismo, que dava ênfase ao individualismo, lirismo, sensibilidade e fantasias, com o predomínio da poesia sobre a razão, favoreceu aos ardentes romances e tórridas paixões. Nesta fase, o beijo ficou mais popular que novela do horário nobre e música da Ivete Sangalo.
Nem todos os beijos podem ser considerados uma maravilha. Imagina se Jesus Cristo não quisesse receber o beijo de Judas. Ou se o beijo nunca tivesse se popularizado e, ao invés de “O beijo da Mulher Aranha”, tivéssemos “O cuspe à distância da Mulher Aranha”. Ou na hora de sacramentar o casamento, o padre não mandasse os noivos se beijarem e dissesse “pode botar a noiva na corcunda e sair pulando num pé só”. E quão solitário seria o queijo sem o seu companheiro de rima preferido.
Mas não foi o que aconteceu e o beijo está aí. Atire-me o primeiro mouse quem não gosta de receber e de dar um.
E para não me prolongar muito, um beijo para todos. Mas olha essa mão boba, hein!
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